segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O mecanismo do preconceito.

Quando os primeiros homo sapiens começaram a observar que, comendo determinado tipo de coisa, morriam e, comendo determinado tipo de coisa, sobreviviam, eles começaram a obter um tipo de conhecimento peculiar. O conhecimento necessário para a sobrevivência. Também foi importante para a sobrevivência saber identificar ruidos e sinais de diversos tipos de ameaças. Deste modo, ao longo da evolução da nossa espécie, moldamos o nosso cérebro para fazer julgamentos rápidos, nem sempre precisos, visando a sobrevivência.

Todo conhecimento da humanidade tem sua origem nesse mecanismo: a medicina, a cultura, as artes, etc. Ou seja, tudo o que sabemos hoje teve sua origem em pré conceitos. Bom, se vc quiser duvidar dos conceitos da medicina e acha necessário enfiar uma estaca no coração para comprovar que algum sangue vai escorrer, sinta-se a vontade.

Fato é que julgamentos rápidos foram e continuam sendo parte da rotina de sobrevivência da nossa espécie. Supondo que vc esteja atravessando a rua e ouve um barulho de buzina. O que vc faz? Graças a agilidade do nosso inconsciente, que vasculha em seu repertório de imagens, sons e sensações vividas, experimentadas, assistidas ou imaginadas, vc consegue pular para a calçada num impulso sem nem pensar direito. Se ao invés dessa agilidade inconsciente, fossemos depender do nosso cérebro consciente racional, a resposta seria muito mais demorada. Pois ele iria ponderar isso, depois aquilo, depois aquilo outro. Normalmente a resposta consciente racional é mais precisa, no entanto, muito mais demorada. O que numa situação de urgência é fatal.

Logicamente, existem preconceitos nocivos. Aqueles baseados em falsas premissas ou em premissas incompletas, quando julgamos alguém sem conhecer e nos recusamos a fazer uma avaliação mais completa antes de emitir uma opinião.

Mas o mecanismo do pré conceito está em toda a parte e é tão natural no ser humano quanto piscar. A sabedoria está em saber quando os pré conceitos são úteis e verdadeiros e quando não são úteis e/ou falsos.

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